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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

A Procedência dos Decanos (Decanatos) e as Origens Egípcias do Horóscopo (Ascendente): Exemplo Textual

 


Greenbaum, D. G. & M. T. Ross, 2010, “The Role of Egypt in the Development of the Horoscope” in Egypt in Transition, 153-4.

Although no ascendant appears in the corpus of extant Babylonian horoscopes, this lack does not negate the cuneiform birth charts as examples of natal astrology. The earliest evidence connects Egypt to the introduction of the ascendant in astrological practice. Balbillus, whose antecedents were probably Egyptian, provides the earliest non-Babylonian literary charts containing cardines in Greek. Balbillus wrote in the first century CE, but his charts were cast for 72 BCE and 43 BCE. The earliest documentary chart containing cardines, Ashmolean D.O. 633, appears in a Demotic context and astronomically corresponds to 38 BCE. The date of composition was probably some time after this date. Barring lacunae, however, subsequent Demotic charts generally contain at least an ascendant. Greek charts follow this standard of composition. In pOxyrhynchus 235, the diagram for a chart dated between 15 and 22 CE contains perpendicular horizontal and vertical lines which divide the circular form of the diagram into quadrants. The author clearly labelled the ascendant, midheaven and lower midheaven angles; though the horizontal line indicates the setting cardine, there is no label for it.

Because of Balbillus’s probable origins, the Demotic context of Ashmolean D.O. 633 and the Egyptian provenance of pOxyrhynchus 235, the cardines display an early and strong connection to Egypt. In fact, the cardines – specifically the most important cardines, the ascendant and midheaven – relate to known Egyptian astronomical practices. A first century CE chart which equates the decans with “36 bright horoscopes” (λ̅ϛ̅ λάμπροι ὡροσκόποι) hints at the practices which may have prompted astrological interest in these positions.45 Before discussing this chart, along with other texts which call decans “horoscopes”, a brief overview of the decan system in Egypt, in particular the origin of rising and transit decans which correlate best with the astrological chart, will be useful.


Greenbaum, D. G. & M. T. Ross, 2010, “The Role of Egypt in the Development of the Horoscope” in Egypt in Transition: Social and Religious Development of Egypt in the First Millennium BCE, ed. L. Bareš, F. Coppens & K. Smolarikova, 146-82. Praga: Faculty of Arts, Charles University in Prague.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Kleper, a Astrologia e os seus 1.170 Horóscopos

 

Rublack, U., 2015, The Astronomer & the Witch: Johannes Kepler's Fight for his Mother,135.

In the late sixteenth century, people usually explained personalities through astrology. Astrology formed a routine part of elite education, and was part of many universities’ curricula. Kepler, too, had learnt to cast horoscopes and predict the weather in Tübingen as part of studying mathematics, which in turn was integral to studying theology and the arts. During his career, he went on to compile a vast collection of more than 1.170 horoscopes for over 850 individuals. Although commissions from clients near and far provided him with welcome additional income, Kepler also collected horoscopes and data from a broad range of other practitioners in order to study them. When news reached him of an illness or the death of a particular person, he updated his records in order to verify his predictions. Horoscopes of famous, or ordinary, ill-fated people, such as a woman executed in Tübingen for infanticide, were closely scrutinized for patterns and causes. This immersed him in contemplating many different biographies. It made him curious about others. Anything but a distant academic dissociated from ordinary lives, he mined this information as a tool of empirical observation, so as to understand human nature through the movements of the stars.



Rublack, U., 2015, The Astronomer & the Witch: Johannes Kepler's Fight for his Mother. Oxford/ Nova Iorque: Oxford University Press.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Cálculo do Ascendente


 O cálculo do Horóscopo ou Ascendente é um dos primeiros passos para a elaboração do mapa astrológico de uma natividade. Esta tabela, embora não permita o rigor do grau, permite, por um lado, um conhecimento imediato do signo ascendente e, por outro, possibilita a consciência de uma visão global, a qual revelará que o tempo e o sentido são indicadores de uma constância cíclica. 

 Uma outra nota que também deve ser observada é que existe uma correspondência entre o Signo Solar e o Ascendente ao Nascer-do-Sol e que o signo que lhe é oposto será aquele que se encontra no Ascendente ao Pôr-do-Sol, mostrando assim que a importância da luz na criação dos modelos astrológicos. 

 Para utilizar a tabela, o leitor que não conheça os cálculos e procedimentos astrológicos deverá contar com o fuso horário e a hora de Verão, somando ou subtraindo esses mesmos valores à hora universal aqui apresentada. 

 No entanto, dever-se-á ter em consideração que a tabela visa demonstrar a proporcionalidade temporal na distribuição dos signos entre o signo solar e o ascendente, sem incluir nem a dimensão espacial, nem a obliquidade da eclíptica, ou seja, dois critérios que para a determinação do Ascendente.

 Em resumo, a tabela não calcula em rigor o Ascendente de uma Natividade, mas ilustra a importância do Sol na distribuição dos signos pelo Ascendente.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Acerca dos Signos Masculinos e Femininos segundo Ptolomeu (Excerto)

Ptolomeu
(c.90 E.C. - c.168 E.C.)


Tetrabiblos, I, 12.

Acerca dos Signos Masculinos e Femininos


  Uma vez mais e de igual forma, elegeram seis dos doze signos como sendo de uma natureza masculina e diurna e, em igual número, como de uma feminina e nocturna. Uma outra regra foi-lhes atribuída, pois o dia desperta sempre da noite e próxima dela, tal como a fêmea do macho. Assim, por as razões já mencionadas, Carneiro é considerado o ponto de origem e, como o macho também governa e detém o primado, uma vez que, em força, o activo é sempre superior ao passivo, os signos de Carneiro e Balança são designados como masculinos e diurnos. Simultaneamente, uma outra razão detém-se no facto de que o círculo equinocial, delineado através deles, completa o primeiro e mais poderoso movimento de todo o universo. Os signos que a eles se sucedem, tal como já afirmámos, correspondem a uma outra disposição.

  No entanto, outros refutam esta regra dos signos masculinos e femininos, defendendo que o masculino começa no signo ascendente, designado por Horóscopo. Do mesmo modo que, para alguns, os signos solsticiais iniciam-se no signo lunar, uma vez que a Lua muda de direcção de uma forma mais rápida que os restantes. Desta forma, inauguram os signos masculinos com o Ascendente (Horóscopo), pois é aquele que está  mais a Leste, ora alguns, como já referido, recorrem a uma regra alternada de signos e outros dividiram-nos pelos quadrantes, designando como matutinos e masculinos os signos do quadrante que vai do Ascendente (Horóscopo) ao  Meio do Céu e aqueles do quadrante oposto, do Descendente ao Fundo do Céu (Fundo da Terra ou Baixo Meio do Céu), e os dos outros dois quadrantes como vespertinos e femininos. 

  Acrescentaram também outras descrições aos signos, resultantes da sua representação. Refiro-me, por exemplo, a "de quatro patas", "terrestres", "dominantes" e ""férteis", bem como de outras ordens similares. Estas, dado que a sua razão e significado derivam directamente de  si, consideramos supérfluas de elencar, visto que a qualidade das configurações pode ser expressa nas previsões, se se revelar relevante e útil.

Tradução do Grego RMdF


Edições Utilizadas:
  • Hübner, Wolfgang, Claudii Ptolemaei opera quae exstant omnia, Vol. 3, 1, Apotelesmatika. Estugarda e Leipzig: B. G. Teubner, 1998, pp. 48-51.
  • Robbins, Frank Eggleston, Ptolemy - Tetrabiblos. Cambridge (Mass.) e Londres: Harvard University Press e William Heinemann Ltd., 1964, pp. 68-71.


Comentário

  A leitura atenta do Tetrabiblos pode muito bem representar o marco entre um astrólogo sério, que prefere o estudo às opiniões vãs, e o astrólogo que se sustenta na fama dos seus mestres e no conhecimento opinativo, desprovido de rigor e sem um sistema de sentido coerente e aprofundado. Desde que foi escrito, entre os anos 145 e 168 da Era Comum, foi a obra astrológica mais citada e que serviu de base para todos os desenvolvimentos futuros. Até meados do Século XVII, o conhecimento  astrológico, expresso por Ptolomeu, ainda era ensinado nas universidades. 

  No início do Tetrabiblos, o sábio grego descreve o seu propósito inaugural, estabelecer um sistema de "astronomías prognôsticón", ou seja, tecer prognósticos ou previsões a partir do conhecimento astronómico. A astrologia é um processo de transferência de sentido entre os efeitos do universo na humanidade e no seu mundo e a sua interpretação, daí que a astrologia seja uma forma de linguagem. Esta definição de astrologia pode ser aplicada ao tempo de Ptolomeu se tivermos em consideração que a astronomia/astrologia era uma ciência que pertencia ao domínio da filosofia natural, logo antes de ser ciência era uma linguagem filosófica. Por outro lado, a astrologia, como forma de analisar o humano enquanto categoria filosófica, é uma síntese da psicologia clássica, daí que se diga que existe uma simbiose entre o Almagesto e o Tetrabiblos. Se um procura o fenómeno, o outro detém-se no valor do fenómeno e no modo como se relaciona com o humano.

  A questão textual é também de suma importância, pois, apesar de não termos um manuscrito do Tetrabiblos da época em que foi escrito, as citações e versões posteriores vêem corroborar o seu valor e a sua importância. Heféstion de Tebas, cerca de duzentos anos após a morte de Ptolomeu, cita-o com frequência e faz da sua obra, juntamente com a de Doroteu de Sidon, as suas principais referências. Aliás a sua obra, Apotelesmatika, e as suas citações do Tetrabiblos servem ainda hoje para validar e verificar traduções e versões posteriores. A primeira das quais, pelo menos a primeira que merece nota, é a de Hunayn ibn Ishaq, datada do século IX. O Califa Abássida al-Ma'mūn colocou Hunayn ibn Ishaq como responsável da Casa da Sabedoria, Bayt al Hiknak, um centro cultural em Bagdad, que é hoje representativo da Era de Ouro Islâmica e onde os textos gregos eram traduzidos para sírio e árabe. Foi, sobretudo, este esforço de preservação da sabedoria clássica que permitiu que hoje tenhamos acesso aos textos, bem como possibilitou o neoclassicismo do Renascimento. 

  A Paráfrase de um Pseudo-Proclo, escrita no século V e da qual existe um manuscrito do século X, é o mais antigo elemento textual completo que dispomos e, embora seja uma apresentação simplificada do texto original, foi predominante onde as versões do árabe tiveram menor presença. Por outro lado, a presença árabe na Península Ibérica permitiu a tradução para latim da obra de Ptolomeu. A primeira tradução que se conhece que foi elaborada por Plato de Tivoli e Gerardo de Cremona, em Barcelona, no ano de 1138. Em 1206, foi feita uma nova tradução a partir de fontes árabes, mas de autor anónimo. Do grego para o latim, é de salientar a tradução de Hermann da Dalmácia e, no século XIII, também tem de se referir a de Aegidius de Thebaldis. A maioria das edições que circulavam, tanto no mundo árabe como na cristandade, incluíam o comentário do século XI de Ali ibn Ridwan. Foi este imperioso esforço de tradução e a vontade de conhecimento que levou a que, no século XVI, o Tetrabiblos fosse levado à estampa, por Camerarius no ano de 1535, em Nuremberga, e no de 1553, em Basileia, e por Junctinus no ano de 1581, em Leiden.

  Em vernáculo, a primeira tradução que se conhece é francesa e foi realizado sob o patrocínio de Carlos V. Desta tradução, existe um manuscrito que data de 1363. Apesar de não se conhecer, na Península Ibérica, uma tradução para castelhano ou português, o trabalho da Escola de Toledo produziu, a mando de Afonso X, uma súmula, Libros del Saber de Astronomia, com os contributos de astrónomos/astrólogos árabes, judeus e cristãos que relavam o conhecimento e influência do Tetrabiblos. É também de frisar que esta obra foi oferecida por Afonso X ao seu neto, o rei D. Dinis de Portugal. O Tetrabiblos cedo se tornou a bíblia da astrologia e a sua importância só foi mitigada no século XIX, em pleno domínio positivista, quando a sua autoria foi posta em causa, pois o racionalismo totalitário não permitia que uma obra de astrologia fosse da autoria de Ptolomeu, um cientista. Foi esse mesmo obscurantismo que fez com que astrologia fosse purgada da vida e obra de homens como, por exemplo, Kepler ou Newton.

  Outro aspecto textual de relevo é o título. A obra comummente conhecida como Tetrabiblos ou, pela versão latina, Quadripartitum, aponta para o número de livros que o compõem, quatro. Porém, na introdução, Robbins indica o que seria o seu título completo, isto porque ele não é indicado pelo autor. Segundo Robbins, o título mais adequado seria: Mathematikê Tetrábiblos Sýntaxis, ou seja, Tratado de Matemática em Quatro Livros. Este título revela a proximidade conceptual entre a astrologia e a matemática, que, na esteira de Platão, é condição para a aprendizagem da filosofia. No entanto, Hübner, a partir da primeira frase do tratado, "tó pròs Sýron apotelesmatiká", propõe o título Apotelesmatika, que aliás é comum a várias obras de astrologia, designando um tratado acerca do efeito das estrelas no destino humano.

  O capítulo aqui traduzido revela uma escolha, um modo de representar a forma como a astrologia interpreta a realidade. O masculino e o feminino indicam, nesta passagem, o processo de tradução da polaridade natural para uma estrutura de sentido. Os opostos podem apresentar-se tanto como elementos metafísicos, como princípios naturais, daí que a análise dos signos masculinos e femininos não se limite à presunção biológica de macho ou fêmea. A astrologia divide os signos tal como a realidade separa as naturezas contrárias, almejando encontrar a sua harmonia. Porém, a vinculação de um signo a um género não é nem simples, nem redutora, uma vez que são as especificidades de um signo que definem a sua natureza masculina ou feminina. Por exemplo, o eixo equinocial (hisêmerinós), expresso pelos signos de Carneiro e Balança, assume uma natureza masculina, todavia a expressão masculina de Carneiro e Balança é distinta. Marte, um planeta masculino, em Carneiro, está no seu domicílio diurno, mas, em Balança, está em exílio, logo a sua expressão masculina é débil, pois é regido por Vénus, um planeta feminino. O mesmo pode ser aplicado ao eixo solsticial (tropikós), uma vez que Marte esta em exaltação em Capricórnio e em queda em Caranguejo, ambos signos femininos. Desta forma, podemos dizer que a natureza dominante, leia-se, segundo o texto, masculina, é mais forte em Capricórnio, embora feminino, que em Balança. Daqui se depreende que as categorias masculino e feminino não se reduzem a uma mera atribuição linear.

(...)
Fim do Excerto
  

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

As Partes segundo al-Bīrūnī

Selo Russo 1973
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Biruni-russian.jpg

Alguns Dados Biográficos

Al-Bīrūnī, nome completo Abū al-Rayḥān Muḥammad ibn Aḥmad al-Bīrūnī, nasceu a 4 de Setembro do ano 973 da Era Comum, em Khwārezm, Khorāsān (agora Uzbequistão) e morreu cerca de 1052, em Ghazna (agora Ghaznī, Afeganistão). Foi um dos mais proeminentes cientistas muçulmanos: astrónomo, matemático, etnógrafo, antropólogo, historiador e geógrafo. A sua obra é relativamente fácil de listar, uma vez que, com cerca de sessenta anos, nos deixou uma lista das suas obras. Viveu até cerca dos setenta anos e outras obras puderam ser acrescentadas, pois não deixou de escrever. Desta forma, produziu um total de 146 títulos, divididos em 90 fólios, dos quais apenas 22 chegaram aos nossos dias. O seu livro sobre a cultura indiana é de longe a mais importante da sua obra enciclopédica. O título expressivo Taḥqīq mā li-l-hind min maqūlah maqbūlah fī al-ʿaql aw mardhūlah (Verificação de todo o Legado dos Indianos, o sensato e o que não que o é) indica tudo a que se propõe. O texto inclui toda a tradição sobre a Índia e a sua ciência, religião, literatura e costumes que al-Bīrūnī conseguiu reunir. Outra obra de mérito enciclopédico e científico é o inimitável Al-Qānūn al-Masʿūdi (O Cânone Masʿūdic), dedicado a Masʿūd, filho de Maḥmūd de Ghazna, no qual al-Bīrūnī reune toda a informação astronómica, desde de fontes como o Almagest de Ptolomeu e “Tabelas Handy”, reinterpreta-as e actualiza-as.

Explicação das Fases da Lua segundo al-Bīrūnī
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Al-Biruni
Porém, é o Kitab al-Tafhim li Awa'il Sina'at al-Tanjim (O Livro de Instruções acerca dos Elementos da Arte da Astrologia) que aqui nos interessa.  Embora al-Bīrūnī expressasse algumas reservas quanto ao uso da astrologia horária, elabora a maior síntese do conhecimento astrológica até ao fim da Alta Idade Média. A sua sistematização das Partes ou Partes da Fortuna, mais tarde conhecidas Partes Arábicas, é de suma importância e essa que aqui reproduzimos.





 As  Partes segundo al-Bīrūnī

Fonte: al-Bīrūnī, The Book of Instruction on the Elements of the Art of Astrology (Kitab al-Tafhim li Awa'il Sina'at al-Tanjim), Londres, Luzac & Co, 1934, par. 476.  

Parágrafo 476: Outras Partes para além da Parte da Fortuna

Ptolomeu reconheceu apenas a Parte da Fortuna, mas outros introduziram um número excessivo de métodos para estabelecer as partes nas natividades. Reproduzimos nas tabelas aquelas que Abu Ma'shar menciona.

Em cada uma, existem três aspectos que devem ser tidos em consideração: posição 1 - o início, 'mubdá'; posição 2 - o fim, 'muntahá'; e  posição 3 - o ponto estabelecido, 'malqá', os quais são tratadas tal como no parágrafo anterior, a posição na figura dos céus da fortuna ou parte em questão a determinar. Estes são os três pontos designados respectivamente de 'manqud' [valor subtraído], 'manqud minhu' [valor a partir do qual se subtrai] e 'muzad ralaihi' [valor somado]. Por vezes, a fórmula é usada tanto nas natividades diurnas como nas nocturnas, mas, com maior frequência, os pontos 1 e 2 são trocadas nas nocturnas.

É impossível de enumerar todas as partes que foram criadas para solucionar questões horária, e para responder a perguntas acerca de soluções prósperas e de tempo auspicioso para a acção, pois aumentam em número a cada dia, mas as 97 partes que se seguem, 7 das quais pertencem aos planetas, 80 às casa e 10 a nenhum deles, são as mais comummente utilizadas.

De seguida, indica-se as tabelas de al-Bīrūnī, já em formato de  fórmula. Quando existir variação nas fórmulas diurna e nocturna, a última é apresentada entre parênteses.

Fortunas dos Sete Planetas para o Dia e para a Noite

1 - Fortuna ou Horóscopo Lunar: Asc + Lua - Sol (Asc + Sol - Lua)
2 - Daimon e Religião (Espírito): Asc + Sol - Lua (Asc + Lua - Sol)
3 - Amizade e Amor: Asc + Espírito - Fortuna (Asc + Fortuna - Espírito)
4 - Desespero, Penúria e Fraude: Asc + Fortuna - Espírito (Asc + Espírito - Fortuna)
5 - Cativeiro, Prisões e Fugas Captivity: Asc + Fortuna - Saturno (Asc + Saturno - Fortuna)
6 - Vitória, Triunfo e Auxílio: Asc + Júpiter - Espírito (Asc + Espírito - Júpiter)
7 - Valor e Bravura: Asc + Fortuna - Marte (Asc + Marte - Fortuna)

Fortunas das Doze Casas

Casa I
8 - Vida: Asc + Saturno - Júpiter (Asc + Júpiter - Saturno)
9 - Pilar do Horóscopo (Natividades, Permanência e Constância): Asc + Espírito - Fortuna  (As + Fortuna - Espírito) 
10 - Pensamento e Eloquência: Asc + Marte - Mercúrio  (Asc + Mercúrio - Marte)

Casa II
11 - Propriedade: Asc + Cúspide da Casa II - Regente da Casa II (Asc + Regente da II - II)
12 Dívida: Asc + Mercúrio - Saturno (Asc + Saturno - Mercúrio)
13 - Procura de Tesouros: Asc + Vénus - Mercúrio

Casa III
14 - Irmãos: Asc + Júpiter - Saturno
15 - Número de Irmãos: Asc + Saturno - Mercúrio
16 - Morte de Irmãos e Irmãs: Asc + 10o Gémeos  - Sol (Asc + Sol - 10o Gémeos)

Casa IV
17 - Pai: Asc + Saturno - Sol ou Júpiter  (Asc + Sol ou Júpiter - Saturno)
18 - Morte dos Pais: Asc + Júpiter - Saturno (Asc + Saturno - Júpiter)
19 - Avós: Asc + Saturno - II (Asc + II - Saturno)
20 - Ancestrais e Relações: Asc + Marte - Saturno (Asc + Saturno - Marte)
21 - Propriedade segundo Hermes: Asc + Lua - Saturno  (Asc + Saturno - Lua)
22 - Propriedade segundo alguns Persas: Asc + Júpiter - Mercúrio (Asc + Mercúrio - Júpiter)
23 - Agricultura e Lavoura: Asc + Saturno - Vénus
24 - Fim de um Assunto: Asc + Regente da última Sizígia - Saturno

Casa V
25 - Crianças: Asc + Saturno - Júpiter ou Vénus (Asc + Júpiter ou Vénus - Saturno)
26 - Tempo e Número de Crianças por Género: Asc + Júpiter - Marte
27 - Condições dos Rapazes: Asc + Júpiter - Marte
28 - Condições das Raparigas: Asc + Vénus - Lua 
29 - Nascimento de um Rapaz ou Rapariga: Asc + Lua - Regente da Lua (Asc + Regente da Lua - Lua)

Casa VI
30 - Doença, Defeitos, Tempo de Começo segundo Hermes: Asc + Marte - Saturno (Asc + Saturno - Marte)
31 - Doença,  Defeitos, Tempo de Começo segundo Alguns Antigos: Asc + Marte - Mercúrio
32 - Cativeiro: Asc + Dispositor do Regente do Tempo - Regente do Tempo
33 - Escravos: Asc + Lua - Mercúrio

Casa VII
34 - Casamento de Homens segundo Hermes: Asc + Vénus- Saturno
35 - Casamento de Homens segundo Vettius Valens: Asc + Vénus - Sol
36 - Engano e Decepção de Homens e Mulheres: Asc + Vénus - Sol
37 - Relações Sexuais: Asc + Venus - Sol
38 - Casamento de Mulheres segundo Hermes: Asc + Saturno - Vénus
39 - Casamento de Mulheres segundo Vettius Valens: Asc + Marte - Lua
40 - Má Conduta das Mulheres: Asc + Marte - Lua
41 - Engano e Decepção de Homens pelas Mulheres: Asc + Marte - Lua
42 - Relações Sexuais: Asc + Marte - Lua
43 - A Não Castidade: Asc + Marte - Lua
44 - Castidade das Mulheres: Asc + Vénus - Lua
45 - Casamento de Homens e Mulheres segundo Hermes: Asc + VII - Vénus
46 - Tempo do Casamento segundo Hermes: Asc + Lua - Sol
47 - Casamento Fraudulento e sua Promoção: Asc + Vénus - Saturno
48 - Enteados: Asc + Vénus - Saturno (Asc + Saturno - Vénus)
49 - Processos Legais: Asc + Júpiter - Marte (Asc + Marte - Júpiter)

Casa VIII
50 - Morte: Grau de Saturno + VIII - Lua
51 - Anairetai: Asc + Lua - Regente do Asc (Asc + Regente do Asc - Lua)
52 - Ano para temer a Morte aquando do Nascimento, Fome:Asc + Dispositor da Último Sizígia - Saturno
53 - Lugar de Morte e Doença: Grau de Mercúrio + Marte - Saturno ( Grau de Mercúrio + Saturno - Marte)
54 - Perigo de Violência: Asc + Mercúrio - Saturno

Casa IX
55 - Viagens: Asc + IX - Regente da IX
56 - Viagens por Água: Asc + 15o Caranguejo - Saturno (Asc + Saturno - 15o Caranguejo)
57 - Timidez e Fuga: Asc + Mercúrio - Lua (Asc + Lua - Mercúrio)
58 - Reflexões Profundas: Asc + Lua - Saturno (Asc + Saturno - Lua)
59 - Entedimento e Sabedoria: Asc + Sol - Saturno (Asc + Saturno - Sol)
60 - Tradições, Conhecimento dos AssuntosTraditions: Asc + Júpiter - Sol (Asc + Sol - Júpiter)
61 - Conhecimento, tanto Verdadeiro como Falso: Asc + Lua - Mercúrio

Casa X
62 - Nascimentos Nobres: Asc + Grau de Exaltação do Regente do Tempo - Regente do Tempo (Asc + Regente do Tempo - Grau de Exaltação do Regente do Tempo)
63 - Reis e Sultões: Asc + Lua - Marte (Asc + Marte - Lua)
64 - Administradores e Vizires: Asc + Marte - Mercúrio (Asc + Mercúrio - Marte)
65 - Conquista e Vitória do Sultão: Asc + Saturno - Sol (Asc + Sol - Saturno)
66 - Dos Sobem de Estatuto: Asc + Fortuna - Saturno (Asc + Saturno - Fortuna)
67 - Pessoas de Estatuto Reconhecido: Asc + Sol - Saturno
68 - Exércitos e Polícia: Asc + Saturno - Marte (Asc + Marte - Saturno)
69 - Sultão, respeitante à Natividade: Asc + Lua - Saturno
70 - Comerciantes e o seu Trabalho: Asc + Vénus - Mercúrio (Asc + Mercúrio - Vénus)
71 - Comprar e Vender: Asc + Fortuna - Espírito (Asc + Espírito - Fortuna)
72 - Operações e Ordens em Tratamentos Médicos: Asc + Júpiter - Sol (Asc + Sol - Júpiter)
73 - Mãe: Asc + Lua - Vénus (Asc + Vénus - Lua)

Casa XI
74 - Glória: Asc + Espírito - Fortuna (Asc + Fortuna - Espírito)
75 - Amizade e Hostilidade: Asc + Espírito - Fortuna (Asc + Fortuna - Espírito)
76 - Dos que são Conhecidos pelos Homens e admirados pela forma como tratam os seus assuntos: Asc + Sol - Fortuna (Asc + Fortuna - Sol)
77 - Sucesso: Asc + Júpiter - Fortuna (Asc + Fortuna - Júpiter)
78 - Mundividência: Asc + Vénus - Fortuna (Asc + Fortuna - Vénus)
79 - Esperança: Asc + Mercúrio - Júpiter (Asc + Júpiter - Mercúrio)
80 - Amigos: Asc + Mercúrio - Lua
81 - Violência: Asc + Mercúrio - Espírito 
82 - Abundância Doméstica: Asc + Sol - Lua
83 - Liberdade Pessoal: Asc + Sol - Mercúrio (Asc + Mercúrio - Sol)
84 - Louvor e Aceitação: Asc + Vénus - Júpiter (Asc + Júpiter - Vénus)

Casa XII
85 - Inimigos segundo Alguns Antigos: Asc + Marte - Saturno
86 - Inimigos segundo Hermes: Asc + XII - Regente da XII
87 - Má Sorte: Asc + Fortuna - Espírito 

Dez Fortunas que não pertencem nem aos Planetas, nem às Casas

88 - Hailaj: Asc + Lua - Grau da Última Sizígia
89 - Corpos Débeis: Asc + Lua - Fortuna (Asc + Fortuna - Lua)
90 - Cavaleiros e Bravura: Asc + Lua - Saturno (Asc + Saturno - Lua)
91 - Ousadia, Violência e Assassínio: Asc + Lua - Regente do Asc (Asc + Regente do Asc - Lua)
92 - Engano e Decepção: Asc + Espírito - Mercúrio (Asc + Mercúrio - Espírito)
93 - Necessidade e Desejo: Asc + Marte - Saturno 
94 - Requisitos e Necessidades segundo os Egípcios: Asc + III - Marte
95 - Realização de Necessidades e Desejos: Asc + Mercúrio - Fortuna 
96 - Retribuição: Asc + Sol - Marte (Asc + Marte - Sol)
97 - Rectidão: Asc + Marte - Mercúrio (Asc + Mercúrio - Marte)

NOTA: Todas as traduções para português e reinterpretações astrológicas são da responsabilidade do autor.